Imagem digital ilustra o Superquadra na área que foi da Renner.

Em 2012, construtora lançará três empreendimentos que reúnem prédios comercias e residenciais no mesmo local.Embalada pelo bom momento da construção civil nos últimos anos, a Arquisul resolveu apostar na criação de empreendimentos sob o conceito mixed use para ganhar espaço no mercado. Em 2012, três dos quatro lançamentos programados se encaixam nesse padrão, que alia torres comerciais e residenciais no mesmo local. E uma das áreas mais tradicionais de Porto Alegre receberá um desses investimentos. A antiga sede das lojas Renner, na avenida Assis Brasil, dará espaço ao NEO Superquadra. Além disso, estão programados outros dois lançamentos da bandeira NEO: o 360°, na avenida Senador Tarso Dutra, e outro na zona Norte, cuja área ainda passa por trâmites burocráticos.

Segundo o diretor-presidente da empresa, Paulo Roberto Silveira, a ideia segue uma tendência mundial e vai ao encontro das necessidades cotidianas das pessoas, que cada vez mais buscam diminuir a distância entre casa e trabalho. Esse tipo de empreendimento tem todas as opções de lazer tradicionais, mas vai unir torres comerciais, residenciais e lojas de conveniência. O sujeito sai do seu apartamento e desce do elevador para trabalhar, compara Silveira. O preço dos imóveis varia de R$ 240 mil a R$ 650 mil.

Com conclusão prevista para outubro de 2014, o NEO 360° disponibiliza 136 apartamentos residenciais e 134 salas comerciais. Dono de um Valor Geral de Vendas (VGV) é de R$ 130 milhões, esse é o empreendimento mais avançado até o momento. As obras de terraplanagem e preparação do terreno já estão em andamento. Já o NEO Superquadra, detentor de VGV de R$ 150 milhões, aos poucos começa a sair do papel. A demolição do prédio antigo da Renner começou recentemente. O espaço abrigará duas torres residenciais, uma comercial e 15 estabelecimentos. As instalações corporativas devem ser entregues em 2014 e as habitações em 2015.

A Arquisul pretende pegar carona nesse conceito para acelerar seu crescimento nos próximos quatro anos. No ano passado, a construtora teve seu faturamento aumentado em 26%. Poderia ter sido melhor, avançamos apesar da dificuldade para aprovar projetos. Tudo que não aconteceu em 2011 esperamos que aconteça em 2012, projeta Silveira. No entanto, a empresa pensa no futuro. Analisando os terrenos comprados e os projetos desenvolvidos atualmente, a intenção é agregar R$ 850 milhões em VGV até 2014.

Por mais que o desempenho da construção civil tenha arrefecido em 2011 na comparação com 2010, o diretor comercial da companhia, Rodrigo Silveira, acredita que ainda há espaço para a expansão da atividade. O cenário é positivo, pois a janela demográfica vem aumentando. Há muitos jovens entrando em uma fase de aquisição de imóveis. Isso vai demandar a construção de novos empreendimentos, constata. Nesse sentido, o mercado tende a continuar com os preços aquecidos. O presidente da Arquisul lembra que, devido à elevada procura, em alguns bairros de Porto Alegre os valores para aquisição inflacionaram até 50% no período de dois anos.